O robô marciano Spirit nunca para de impressionar. O explorador de seis anos mais uma vez desafia as probabilidades ao fazer outra nova descoberta, mesmo preso em sua armadilha de areia, apelidada de “Tróia”. Desde abril, o Spirit tem girado suas rodas de várias formas diferentes para tentar se libertar. O movimento desenterrou depósitos no solo, que estavam abaixo de uma camada de sedimentos.
A NASA normalmente não faria uma análise tão profunda da areia, mas devido às circunstâncias singulares do Spirit e à constante trituração do solo em que o robô está preso, o inconveniente acabou se mostrando uma vantagem para os geólogos.
Os achados apontam para um tempo em que a água em Marte pode ter abrigado a vida. A superfície marrom-escura, que o Spirit rompeu, tinha menos de três centímetros de espessura e ocultava um material ainda mais arenoso. A amostra continha altos teores de sulfato, inéditos em outros lugares de Marte. A teoria corrente afirma que estes sulfatos se formam apenas em áreas que sofrem extrema pressão e que concentram vapores quentes, como as próximas a fendas vulcânicas.
Tais áreas certamente abrigariam vida, já que todas as condições teriam de ocorrer praticamente juntas. Combinando evidências que sugerem mudanças climáticas radicais, é muito possível que tenham existido múltiplos ciclos de vida. Eles podem ter se formado e dissipado em decorrência da órbita de Marte ao redor do Sol, e as estações singulares do Planeta Vermelho seriam resultado do eixo que mantém.
A NASA também divulgou que o Spirit mostrou alguma atividade na roda dianteira direita, que havia enfraquecido em 2006. Desde esta época, o explorador teve de se mover apenas para trás. A equipe espera que possa mover um pouco mais a roda dianteira direita para gerar um impulso adicional e assim libertar o jipinho. Vamos ficar de dedos cruzados!
Nenhum comentário:
Postar um comentário